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Eleanor & Park

Rainbow Rowell escreve livros. Às vezes sobre adultos, às vezes sobre adolescentes. Mas sempre escreve sobre pessoas que falam muito e sobre pessoas que acham que estão estragando tudo. Pelo menos é isso que a autora norte-americana relata no seu site oficial.


Eleanor & Park foi o seu primeiro livro publicado no Brasil, em fevereiro desse ano pela editora Novo Século. A obra fez barulho lá fora e ganhou até uma resenha no The New York Times (clique no link para lê-la) escrita pelo John Green, consagrado escritor de livros young adults, como A culpa é das Estrelas. O autor comenta que nunca viu nada na vida parecido com o romance que Rowell escreveu. 
"Early in the novel, Park’s English teacher asks him why “Romeo and Juliet” has survived 400 years. With Eleanor looking on, Park says: “Because people want to remember what it’s like to be young? And in love?” After a moment, he adds, “Is that right?” It is. Eleanor & Park” reminded me not just what it’s like to be young and in love with a girl, but also what it’s like to be young and in love with a book."
Eleanor é ruiva e grande. Ela vê a si mesma como uma menina gorda - característica que chamou atenção dos leitores e virou até tópico de discussão no blog da autora. "O quão gorda Eleanor é? Isso cabe à imaginação do leitor" responde quando questionada. Só temos a certeza de que, sim, Eleanor é gorda. E se veste com roupas maiores do que seu tamanho pede, roupas de menino. O que, de maneira alguma, age como empecilho para que Park, um jovem metade coreano, metade americano, a deseje de todas as formas possíveis.



Mas o amor entre Park e Eleanor não acontece à primeira vista. Na realidade, ele demora a acontecer. Eleanor é novata na escola de Park. Ela teria sido expulsa de casa, por problemas com o padrasto - um cara abusivo e agressivo - e só retornaria um ano depois. Eles se conhecem logo no primeiro dia de aula: O único assento vazio no ônibus escolar se encontrava ao lado do de Park - que de ínicio manteve uma certa relutância para ceder o lugar para menina, mas assim o fez.

Não se falam no primeiro dia, nem no segundo, muito menos no terceiro. Park costuma ler histórias em quadrinhos no caminho da escola. Eleanor dá uma olhada nas histórias de vez em quando até que passa a lê-las junto com ele. Park começa a deixar alguns exemplares no banco da menina, que os leva para casa e os entrega no dia seguinte. Elas se falam. Eles conversam sobre música. Ele faz fitas (estamos no ano de 1986, o cd demoraria alguns anos para nascer) com as músicas que Eleanor gostaria de conhecer. Eles se apaixonam.


A partir daí, passamos a acompanhar o desenvolvimento do romance entre esses dois jovens e como eles reagem às emoções do primeiro amor.

O livro aborda muito mais que um amor que tinha tudo para dar errado, mas não dá. O livro fala sobre não se encaixar, sobre bullying, sobre agressão, sobre família, sobre desejos e dúvidas. É um livro gostoso de ler - eu terminei no mesmo dia em que comecei. Embora trate indiretamente de assuntos densos, a narrativa é leve; o final, que deveria ser trágico, me fez rir.


Pra mim, o mais bacana do livro é que ele foge do convencional. Primeiramente, pelas personagens principais que são um pouco incomuns nos livros juvenis: uma ruiva grandalhona e um asiático meio bronzeado que não são populares e não se importam em ser. Em segundo lugar, porque não fala de um primeiro amor perfeito, mas sim, de um primeiro amor marcante e cheio de conturbações (como costuma ser na vida real). Um amor que não acontece logo de cara, um amor não idealizado, que não surgiu a partir de grandes expectativas. Terceiro, por mostrar uma realidade diferente da minha: a família de Eleanor é extramente podre e frágil - mas, aparentemente, a menina carrega no peito toda a força que falta no resto da família. Personalidade forte mesmo.

Fiquei feliz de descobrir que a produtora DreamWorks comprou os direitos da obra para transformá-la em filme. Felizmente o roteiro será escrito pela própria Rainbow Rowell, porém issó só acontecerá em 2015. A autora andará bastante ocupada com outros projetos até o final desse ano. Nos resta esperar pacientemente alguns anos para ver essa história tomar as telas de cinema.

OBS.: Fazendo algumas pesquisas na internet, percebi que muitas pessoas estavam reclamando da revisão brasileira. Elas afirmam que o livro está cheio de palavras incorretas. Embora eu não tenha percebido - sou meio lerda - achei importante divulgar isso aqui.

Você já leu? O que achou da história?

Fotos: Tumblr e Pinterest
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